quinta-feira, 1 de maio de 2008

Boca vence Cruzeiro em Buenos Aires

O Boca Juniors bateu o Cruzeiro pelo placar de 2 a 1, ontem, no La Bombonera. O time brasileiro poderia ter sofrido uma goleada, mas um gol no fim do jogo reanimou a torcida para a partida de volta, dia 7, em Belo Horizonte. Para se classificar, a equipe mineira precisa vencer por 1 a 0 ou por dois ou mais gols de diferença. Já o Boca passa a próxima fase se vencer, empatar ou perder por um gol de diferença - marcando no mínimo dois gols. Uma vitória cruzeirense pelo placar de 2 a 1 leva a partida à disputa de pênaltis.

O jogo


O técnico Adilson Batista inovou na escalação, colocando o volante Charles na lateral direita e Maquinhos Paraná - que vinha atuando como lateral-direito - na ala esquerda. Assim, sacou Jadílson do time titular.

Logo aos 6' de jogo, González faz jogada pela direita e cruza para Riquelme, que toca para o fundo das redes. 1 a 0. O Cruzeiro se apresenta sonolento em campo, com visíveis falhas de marcação, sobretudo pelo seu lado esquerdo, o principal setor de armação de jogadas argentinas no primeiro tempo. O jogo fica morno por todo o restante da etapa inicial, com poucas chances de gol de ambas as partes e um certo domínio dos argentinos na posse de bola. Aos 46', após bate-rebate na área do Boca, Maidana intercepta a bola com a mão de maneira deliberada. O árbitro Jorge Larrionda nada marca, e encerra a primeira parte da partida dois minutos depois.

O segundo tempo é de total domínio do time da casa. Os argentinos chegam com facilidade ao ataque e não dão espaço para contra-ataques cruzeirenses. A equipe brasileira chega com pouquíssimos jogadores à frente. Na maioria das vezes, apenas Wagner, Marcelo Moreno e Guilherme estavam à frente do meio-campo. Espinoza, zagueiro do Cruzeiro, joga muito mal, perde bolas infantilmente. Riquelme, Palacio e cia. aproveitam as brechas na defesa e criam várias oportunidades. Em uma delas, aos 19', Riquelme dá belo passe para Dátolo, que, em posição irregular, avança para a linha de fundo, dribla Thiago Heleno e fuzila. O impedimento não é percebido pelo assistente. Baile argentino na Bombonera. 2 a 0.

Adilson Batista mexe na equipe, coloca Jonathan no lugar de Guilherme. Mas a substituição de nada adianta, o Boca Juniors continua superior na partida. O primeiro lance de perigo do Cruzeiro na segunda etapa foi um chute de Ramires, aos 22', que Caranta espalmou a escanteio. Aos 27', Palermo é acionado em profundidade, mas arremata na trave, na saída de Fábio. No rebote, González chuta para a linha de fundo, com o gol escancarado na sua frente.

Buscando melhorar a situação, o treinador do Cruzeiro faz nova substituição: Wagner sai, Marcinho entra. O time apresenta uma certa evolução, portando-se melhor no gramado. Até que, aos 32', Marcinho cobra escanteio para Fabrício, que chuta da entrada da área. A bola desvia em González e engana o goleiro Caranta. O Cruzeiro desconta, 2 a 1. Com o gol, o time celeste acorda para o jogo, conseguindo equilibrar a posse de bola e chegando mais vezes ao ataque. Mas o Boca ainda pressiona: Riquelme dá chute forte e obriga Fábio a fazer difícil defesa. Larrionda indica 2' de acréscimo. Mas aos 46', o árbitro encerra o jogo, depois de ver o assistente Pablo Fandiño sangrando na testa, resultado de uma pedra jogada da arquibancada. O fato poderá custar a perda de mando de campo ao time argentino. A decisão será tomada pelo Comitê Executivo da Confederação Sul-Americana de Futebol.

Analisando-se as circunstâncias da partida, o resultado pode ser comemorado pelo Cruzeiro, apesar dos erros de arbitragem. No segundo tempo, o Boca Juniors perdeu cerca de sete chances de ampliar o marcador. A equipe brasileira esteve apática por praticamente toda a partida, assistindo a um passeio dos argentinos no gramado da Bombonera. Se o time quiser lograr êxito no jogo de volta, terá que repensar sua atitude em todos os setores do campo. É preciso mais velocidade e mais jogadores apoiando os contra-ataques; é preciso um melhor posicionamento da defesa nas bolas vindas das laterais; é preciso marcação individual em Riquelme. Enfim, é preciso mudar.

2 comentários:

Anônimo disse...

Diogo, bom e correto texto.
Sobre a atuação do Cruzeiro: quase nada teve proveito. Saímos no lucro. O gol de Fabrício, no final da partida, nem era para ter acontecido. A bola ia na direção do goleiro.
Sobre Adílson Batista: ele não inovou na escalação, voltou a inventar. Tem protegido os jogadores que trouxe do Japão, Não substitui nunca o Henrique. Já o Wagner, o Guilherme, o Jadílson...
Enfim, é claro que o Cruzeiro não vai ficar só se defendendo diante do Boca, no Mineirão. Mas, também o Boca não será tão covarde, aqui, como foi o Cruzeiro lá. Aí é que mora o perigo.
O Cruzeiro tem chance de passar pelo Boca e até de ir mais adiante na Libertadores. Desde que o seu treinador não tenha medo de ser feliz.

Anônimo disse...

Agora é outra história, o Cruzeiro não deve se intimidar diante do Boca no mineirão, o jogo na Argentina foi horroroso e não deve se repetir! O futebol não possui muitos segredos, mas o técnico Adilson Batista mantém uma postura de alterar o time a cada rodada, criando novos esquemas, nem sempre eles dão certo!
O resultado é excelente para o Cruzeiro que, sinceramente, poderia ter perdido de mais, mas como o árbitro não teve peito para marcar o pênalti(que poderia mudar o jogo) nem teve assistentes o suficiente para marca o impedimento... ficou bom!